Lisboa Condena Grupo Neonazi e Reafirma Compromisso com a Democracia
A Câmara Municipal de Lisboa expressou hoje, por unanimidade, a sua rejeição a um grupo neonazi com intenções terroristas, focando-se na proteção da democracia e dos direitos políticos.

A Câmara Municipal de Lisboa manifestou hoje, durante uma reunião pública, um forte repúdio por um grupo neonazi que tem demonstrado intenções terroristas dirigidas a representantes políticos democráticos, particularmente da esquerda. O voto, apresentado pelo PS e intitulado "Políticos de esquerda eram o alvo de grupo neonazi? Não nos intimidam", foi aprovado de forma unânime por todos os partidos representados no executivo municipal, incluindo PSD/CDS-PP, PS, Livre, Cidadãos Por Lisboa, PCP e BE.
A vereadora Cátia Rosas, impulsionadora da proposta, destacou a necessidade de manifestar "o mais profundo repúdio" pela existência deste grupo e reforçou o compromisso com os valores democráticos que sustentam a Constituição da República Portuguesa. Além disso, o PS exigiu um "cabal esclarecimento" sobre a eventual infiltração de forças de segurança por elementos extremistas, em particular no que diz respeito a um agente da Polícia Municipal de Lisboa detido por suspeita de ligação a uma célula neonazi chamada Movimento Armilar Lusitano (MAL), que promoveu o ódio e a violência direcionada a figuras políticas.
Em resposta, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da câmara pelo PSD/CDS-PP, condenou firmemente os ataques à liberdade, afirmando que "a luta contra a extrema-direita não deve excluir a condenação de ações de extrema-esquerda". A vereadora socialista reforçou que "a verdadeira ameaça vem da extrema-direita", negando qualquer comparação válida entre a defesa dos direitos humanos e as ações da extrema-esquerda.
Ricardo Moreira, do BE, também se manifestou sobre a situação, realçando a necessidade de investigar a segurança e a possível infiltração na Polícia Municipal. O vereador da Segurança, Rui Cordeiro do PSD, classificou o caso do agente detido como um "isolado", afirmando que as regras de recrutamento na Polícia Municipal são extremamente rigorosas.
Na mesma reunião, a câmara aprovou uma moção dos Cidadãos Por Lisboa que pede ao Governo o reforço das habitações de emergência e a proteção das famílias em situações de despejo. A moção apela à suspensão de despejos de famílias vulneráveis sem alternativas dignas e a regulação que assegure o acesso à habitação.