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Netanyahu Contesta Acusações de Ataques a Civis na Faixa de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, desmentiu relatos do Haaretz sobre ordens para disparar em civis em centros humanitários em Gaza, associando-as a difamações.

há 3 horas
Netanyahu Contesta Acusações de Ataques a Civis na Faixa de Gaza

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, refutou firmemente as alegações publicadas pelo jornal Haaretz, que indicam que os militares das Forças de Defesa de Israel (FDI) teriam recebido instruções para disparar contra civis em áreas de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Num comunicado conjunto com o ministro da Defesa, Netanyahu afirmou que "o Estado de Israel rejeita categoricamente as acusações hediondas de assassínio ritual". Para Netanyahu e Israel Katz, as informações veiculadas pelo jornal são "mentiras maliciosas" que visam denegrir as FDI, um exército aclamado por sua moral.

A expressão "assassínio ritual" é uma acusação caluniosa com raízes antissemitas que remonta à Idade Média, e implica que os judeus praticam a morte de crianças não judias por motivos religiosos.

No artigo, o Haaretz relatou que vários soldados, falando de forma anónima, afirmaram ter recebido ordens para atirar em multidões que aguardavam auxílio humanitário em Gaza. Um dos soldados mencionou: "Em média, entre uma e cinco pessoas morriam diariamente. Não havia controlo de multidões, apenas balas disparadas indiscriminadamente."

Os relatos indicam que fogo foi aberto em cidadãos que chegavam antes do horário de funcionamento dos centros de ajuda, bem como após o encerramento, como forma de os dispersar.

O Exército israelita tem reconhecido ter disparado "tiros de aviso" contra palestinianos que, segundo a alegação, não seguiam os procedimentos estabelecidos ou representavam uma ameaça. Um dos soldados afirmou que não havia garantias de que as ordens estavam a ser aplicadas de forma correta, referindo que a Faixa de Gaza parecia "um universo paralelo".

Uma investigação interna foi encomendada pelo procurador-geral militar para avaliar alegações de crimes de guerra relacionados com os incidentes em torno dos centros humanitários, que foram endereçados à Fundação Humanitária de Gaza, uma entidade controversa com apoio dos EUA e Israel, mas que nega as denúncias. Apesar de vídeos e relatos de feridos, o Exército de Israel também rebateu as acusações do Haaretz.

O comunicado militar sublinhou que "ordens proíbem ataques deliberados a civis" e que os episódios atuais estão sob investigação. Além disso, as forças israelitas mencionaram a implementação de "processos sistemáticos de aprendizagem" para melhorar a interação com a população civil e reduzir atritos.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde o início das operações, 549 pessoas perderam a vida e cerca de quatro mil ficaram feridas em áreas próximas a centros de ajuda, após o início das operações da fundação mencionada.

O governo de coligação de direita e extrema-direita de Israel tem enfrentado críticas constantes do Haaretz, um jornal progressista. Em novembro passado, foi reportado que o governo havia instruído a suspensão de qualquer interação com a publicação.

O episódio atual ocorre no contexto de um conflito que teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas que resultou em 1.200 mortes, a maioria civis, e a captura de mais de 200 reféns. Israel respondeu com uma operação militar que, segundo fontes em Gaza, já causou mais de 56 mil mortes e grandes destruições na região.

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