PCP solicita condenação do Governo face à agressão norte-americana ao Irão
O PCP exige que o Governo português se distancie da ofensiva dos EUA ao Irão, alertando para a conivência que isso representa e apelando por paz e solidariedade.

O Partido Comunista Português (PCP) exigiu hoje que o Governo de Portugal condene a recente ação militar dos Estados Unidos ao Irão e a colaboração de Israel, advertindo que a falta de uma postura crítica implica uma conivência com uma política belicista que fere os princípios constitucionais. João Frazão, membro da Comissão Política do Comité Central do partido, manifestou-se na sede nacional em Lisboa.
Após os bombardeamentos norte-americanos às principais instalações do programa nuclear iraniano, Frazão sublinhou que a ausência de uma condenação por parte do executivo português é não só uma violação dos valores da Constituição da República, mas também um alinhamento com uma estratégia militar que ofende o direito internacional.
O PCP denunciou a escalada de conflitos no Médio Oriente, citando o genocídio do povo palestiniano como exemplo alarmante, e chamou a todos os cidadãos a expressarem a sua indignação, contribuindo para a luta em prol da paz e solidariedade com as nações vítimas do imperialismo.
Frazão destacou a urgência de o Governo esclarecer a intensificação da presença militar norte-americana na Base das Lajes, nos Açores, uma questão que já levou o partido a questionar diretamente o primeiro-ministro Luís Montenegro.
A formação política questionou o papel dos aviões norte-americanos na Ilha Terceira durante o recente ataque e condenou a possível utilização da base para a escalada da agressão contra o Irão e o consequente envolvimento de Portugal.
O dirigente reiterou que o Governo deve priorizar a paz e o diálogo, evitando que o território nacional seja um palco de conflitos. “Seria insensato que o Governo português apoiasse esta escalada belicista que pode rapidamente sair do controle”, afirmou.
Frazão lembrou que a agressão ocorre em um momento em que ocorrem "negociações indiretas entre o Irão e os EUA sobre o programa nuclear iraniano, que as autoridades iranianas afirmam ter fins pacíficos". Ele defendeu que o diálogo deve ser a prioridade.
Questionado sobre a recomendação do parlamento iraniano de fechar o Estreito de Ormuz, Criticou Frazão, lembrando que o PCP defende sempre a importância da produção nacional e da soberania alimentar de Portugal.