Perspetivas de crescimento económico para 2023 são sombrias, aponta Fórum para a Competitividade
O Fórum para a Competitividade prevê que o PIB nacional fique abaixo de 2% em 2023, refletindo sinais de desacelerações e incertezas internacionais.

O Fórum para a Competitividade divulgou hoje uma previsão preocupante, indicando que o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal deverá "ficar longe de atingir os 2%" este ano. A entidade justifica esta estimativa com a contínua deterioração das condições externas e o desempenho fraco observado no primeiro trimestre.
No seu comunicado, o Fórum mencionou que, no segundo trimestre, o PIB pode ter saído de uma queda de 0,5% para uma recuperação na faixa de 0,2% a 0,5%, resultando em variações homólogas entre 1,4% e 1,7%.
No mês anterior, as previsões para a economia eram de crescimento inferior a 2% em 2023. Além disso, o indicador diário de atividade, elaborado pelo Banco de Portugal, apresentou uma desaceleração no trimestre, com valores negativos ao longo de todos os meses do segundo trimestre.
Contudo, o indicador coincidente, também calculado pelo banco central, mostrou um crescimento de 1,6% em abril e maio, apenas ligeiramente abaixo dos 1,7% do primeiro trimestre.
No que diz respeito ao clima económico, avaliado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), também se observou uma desaceleração no primeiro trimestre, embora menos acentuada em comparação com o PIB, com uma leve recuperação no segundo trimestre.
O Fórum destacou uma "disparidade significativa" nos dados referentes ao trimestre que terminou, o que complica as projeções económicas.
Nos últimos meses, as incertezas relacionadas com tarifas e questões geopolíticas têm sido apontadas como as principais causas da deterioração das perspetivas internacionais. Recentemente, a escalada do conflito no Médio Oriente, abrangendo o Irão e o envolvimento limitado dos Estados Unidos, aumentou esses riscos.
Além disso, o Fórum para a Competitividade notou que, na zona euro, a revisão em baixa das previsões de inflação pelo Banco Central Europeu (BCE) poderia abrir espaço para cortes nas taxas de juros, embora os mercados antecipem apenas uma redução em dezembro.