Protesto no Porto exige soluções urgentes para a habitação
Centenas de manifestantes clamam por medidas do Governo para enfrentar a crise habitacional que afeta a população nas cidades portuguesas.

Hoje, mais de duzentas pessoas juntaram-se no Porto para protestar contra os preços exorbitantes das habitações, apelando ao Governo para que tome medidas imediatas para resolver esta problemática.
Raquel Ferreira, representante do movimento Porta a Porta, expressou a sua preocupação: "Estamos aqui para exigir o direito à habitação para todos. Esta situação tem-se deteriorado ao longo dos anos e aqueles que mais necessitam são frequentemente excluídos dos apoios disponíveis." Ferreira destacou que "o programa do Governo não consegue abordar as verdadeiras necessidades da população, e, na verdade, parece agravar ainda mais a crise."
A manifestante também partilhou dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelando que, no primeiro trimestre de 2023, os preços das casas subiram cerca de 16%, representando o maior aumento desde que os registos existem. "É essencial que a sociedade se mobilize em prol do direito à habitação, que é uma questão de dignidade", acrescentou.
Apesar do apelo à participação, Ferreira notou que "o tempo de praia pode ter afetado a adesão, mas os problemas de despejos e aluguéis não tiram férias, e continuamos aqui a lutar."
Agostinha Maia, residente em um bairro social e participante do protesto, comentou: "O salário mínimo não é suficiente para cobrir os custos de renda. A situação é uma vergonha, e muitos jovens estão a ser forçados a voltar para casa dos pais."
Outro manifestante, que prefere permanecer anónimo, partilhou que está a lutar pelo direito à habitação e pela paz: "Se não houver paz, nada funciona bem. Decidi participar para representar os jovens que já perderam a esperança de ter a sua própria casa."
Fernando Barbosa reafirmou a solidariedade para com as novas gerações que lutam para encontrar um lar. Joaquim Gomes, conhecido como Maradona das Artes Gráficas, lamentou a falta de jovens na manifestação, afirmando: "Esperei ver mais pessoas jovens aqui, mas parece que muitos preferem estar na praia."
Gonçalo Monzone, um jovem de 26 anos que veio de Vila Real, explicou que a sua situação financeira não lhe permite deixar a casa dos pais: "A cada dia que passa, as rendas sobem e as oportunidades para habitação acessível diminuem, por isso é crucial lutar por este direito."
A manifestação teve início na Praça da Batalha e culminou na Avenida dos Aliados, onde os participantes continuam a reafirmar a sua demanda por soluções habitacionais justas e acessíveis.