Queda contínua nas taxas de juro dos depósitos a prazo em maio
Em maio, as taxas de juro dos novos depósitos a prazo em Portugal caíram pelo 17.º mês consecutivo, atingindo 1,49% e refletindo uma descida face ao ano anterior.

A diminuição da remuneração dos depósitos a prazo para particulares registou mais um capítulo em maio, marcando o 17.º mês consecutivo de queda. Segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), a taxa de juro média desceu para 1,49%, o valor mais baixo desde maio de 2023.
Em termos comparativos, a taxa recuou 0,15 pontos percentuais em relação a abril e representa uma diminuição significativa face aos 2,72% do mesmo mês do ano transato. Este novo valor reflete um trajecto de redução constante desde o pico de 3,08% alcançado em dezembro de 2022, que foi o nível mais elevado dos últimos 12 anos.
A noção de que a procura por depósitos a prazo continua a aumentar foi evidenciada pelo volume total de novos depósitos, que alcançou 13.093 milhões de euros no final de maio, registando um acréscimo de 123 milhões de euros em relação ao mês anterior e uma subida de 23,4% comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
Para depósitos com prazos de até um ano, a média de juro situou-se em 1,50%, mantendo-se assim a classe de prazos mais vantajosa, representando 95% dos novos depósitos em maio.
No panorama europeu, as taxas de juro também apresentaram uma ligeira queda, de 0,11 pontos percentuais, fixando-se em 1,87%. Contudo, Portugal perdeu uma posição entre os países da zona euro, situando-se agora na quarta posição entre aqueles com as taxas mais baixas.
Quanto aos depósitos a prazo das empresas, a taxa média baixou de 2,01% em abril para 1,84% em maio, com os novos depósitos a somarem 9.101 milhões de euros, uma descida em cadeia de 747 milhões, mas uma subida de 20,1% em termos homólogos.
A recuperação das taxas de juro esperada por muitos parece estar cada vez mais distante, com a tendência de descida a persistir após um período de aumentos nas taxas de juro diretoras.