Política

Reações em Portugal após os ataques dos EUA ao Irão

Após os bombardeamentos norte-americanos no Irão, partidos portugueses questionam a utilização da Base das Lajes e clamam por uma postura independente do Governo.

22/06/2025 15:05
Reações em Portugal após os ataques dos EUA ao Irão

A recente ofensiva dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irão gerou uma onda de reações na classe política portuguesa. Este domingo, vários partidos expressaram a sua condenação e levantaram questões sobre a função da Base das Lajes, localizada nos Açores, perante a presença de aviões reabastecedores da Força Aérea americana.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou a sua preocupação com um possível agravamento da situação no Médio Oriente, apelando a uma “máxima contenção” e ao retomar das negociações para uma solução pacífica. Em sua opinião, o programa nuclear iraniano representa uma ameaça significativa à segurança global.

O partido Livre levantou questões sobre a utilização intensificada da base açoriana pelos EUA, instando o Governo a posicionar-se contra o investimento de 5% do PIB em Defesa ao abrigo da NATO.

Rui Tavares, do Livre, criticou a postura do presidente norte-americano, afirmando que “Portugal não pode estar ao lado de Trump”. Apelou ainda ao Governo para que esclareça a legalidade dos ataques norte-americanos segundo o Direito Internacional.

Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, chamou a atenção para o plano de Trump e Netanyahu sobre o Médio Oriente, enfatizando que Portugal deve proibir o uso das bases militares pelos EUA. Apoios foram também manifestados por outros líderes, como Paulo Raimundo, do PCP, que rejeitou que Portugal se tornasse cúmplice numa nova guerra.

André Ventura, do Chega, reiterou a ideia de que o Irão nunca deve possuir armas nucleares, considerando que essa é uma posição comum em Portugal e na Europa.

A socialista Isabel Moreira partilhou preocupações levantadas por Bernie Sanders sobre a constitucionalidade dos ataques, sublinhando que apenas o Congresso dos EUA detém o poder para declarar guerra, algo que o presidente não pode fazer unilateralmente.

Por seu lado, Eurico Brilhante Dias recordou a importância do multilateralismo e da diplomacia, referindo-se ao alarma do secretário-geral da ONU, António Guterres, face ao uso da força sem recursos a uma solução diplomática.

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