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Resposta tardia de emergência em Pombal culmina em morte evitável

Um utente faleceu em Pombal devido ao atraso de 1h26 na chegada da ambulância, revelando falhas graves no sistema de emergência médica durante uma greve.

26/06/2025 22:10
Resposta tardia de emergência em Pombal culmina em morte evitável

No dia 4 de novembro de 2024, um utente sofreu um enfarte agudo do miocárdio em Pombal e, infelizmente, não sobreviveu devido ao atraso na assistência médica. A primeira ambulância de suporte imediato de vida demorou 1 hora e 26 minutos a chegar ao local, ultrapassando o tempo crítico para a realização de uma angioplastia coronária.

De acordo com o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que foi analisado pela Lusa, essa demora ocorreu durante uma greve que afetou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). A análise dos especialistas da IGAS sublinha que o tempo para efetuar a cirurgia deve ser de, no máximo, 120 minutos a partir do aparecimento dos primeiros sintomas, o que evidencia que a janela de oportunidade foi completamente perdida.

O relatório critica severamente a atuação da técnica de emergência pré-hospitalar do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Coimbra, salientando a falta de diligência necessária para tratar um caso de urgência extrema. A triagem e o despacho da ambulância não foram efetuados com a urgência requerida, o que inicialmente levava a um quadro clínico grave.

Além disso, o relatório também aponta falhas do médico regulador que, apesar de estar ciente da situação crítica, não acionou de imediato um veículo médico de emergência (VMER) de Leiria, demonstração de um “comportamento omissivo” que é passível de responsabilidade disciplinar.

A IGAS refere que esse comportamento reflete um desconhecimento da dinâmica da Emergência Médica e classifica a atuação como reprovável. Destacam que, como médico credenciado, deveria ter havido um maior empenho na rapidez de resposta.

As conclusões da IGAS evidenciam ineficiências significativas entre a chamada para o 112 e a prontidão das ambulâncias. A investigação está em curso e o INEM já anunciou que irá abrir um processo disciplinar para apurar as responsabilidades.

Este incidente ocorreu em um dia marcado por greves, o que levanta preocupações sobre possíveis ligações entre o atraso no socorro e outros casos de mortalidade que estão a ser investigados pela IGAS.

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