Resultados da Infraestruturas de Portugal crescem, mas ficam aquém das expectativas
A Infraestruturas de Portugal reportou um lucro de 48,4 milhões de euros no primeiro trimestre, aumentando 31,6% em relação ao ano anterior, mas 23% abaixo do meta estabelecida.

No primeiro trimestre de 2024, a Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou um lucro líquido de 48,4 milhões de euros, evidenciando um crescimento de 31,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Contudo, este resultado ficou 23% abaixo dos 63 milhões de euros projetados no seu Plano de Atividades e Orçamento (PAO) 2024-2026, conforme indica o relatório divulgado, que foi também abordado pelo Jornal de Negócios.
O resultado operacional da empresa atingiu os 90,3 milhões de euros, o que representa um aumento de 17,9% em relação ao primeiro trimestre de 2023, embora também tenha ficado abaixo do estipulado no PAO em cerca de 10%.
A IP obteve rendimentos operacionais de 334,1 milhões de euros, enquanto os gastos operacionais totalizaram 243,8 milhões de euros. Ambos os valores ficaram aquém do que havia sido estimado no PAO, com desvios de 139,5 milhões de euros e 129,4 milhões de euros, respetivamente, de acordo com o documento divulgado.
Uma das principais razões para a discrepância em relação ao PAO foi uma redução significativa de 33,4 milhões de euros nas indemnizações compensatórias. Este impacto foi "parcialmente compensado" por um aumento de cinco milhões de euros nas consignações do serviço rodoviário e de 1,5 milhões de euros nas portagens das vias que a própria IP explora.
Adicionalmente, a empresa destacou que as alterações nos rendimentos provenientes de contratos de construção própria (-31,2 milhões de euros), do concedente Estado (+9,3 milhões de euros), nas portagens de concessões do Estado (-627 mil euros) e na energia de tração (588 mil euros) não afetaram substancialmente o resultado do exercício, uma vez que os efeitos foram equilibrados pelos custos relacionados com mercadorias vendidas, serviços externos e outros gastos operacionais.
No que diz respeito aos gastos, verifica-se uma diminuição de 7,2 milhões de euros nas depreciações e amortizações, assim como uma redução de 3,5 milhões de euros nos gastos com pessoal e de 13,4 milhões de euros nos custos de conservação, reparação e segurança das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias.
A 31 de março de 2024, o resultado financeiro da IP foi negativo em 40,7 milhões de euros, apresentando uma ligeira melhoria de 461 mil euros em relação ao orçamento inicial.
Por último, em termos de investimento, a IP alocou 106,2 milhões de euros no primeiro trimestre, correspondendo a uma execução de 52% do valor previsto no PAO. Desse montante, 77 milhões de euros destinaram-se a projetos ferroviários (58,7 milhões de euros foram para obras do Ferrovia 2020), enquanto 27 milhões de euros foram investidos em obras rodoviárias, com 21,7 milhões de euros a integrar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).