Serralves Recebe Exposição Inédita de Maurizio Cattelan
A partir de 3 de julho, a Casa e o Parque de Serralves no Porto acolhem a exposição "Sussurro", do artista italiano Maurizio Cattelan, com entrada livre.

A Casa e o Parque de Serralves, localizados no Porto, irão abrir as suas portas à exposição retrospetiva "Sussurro", do conceituado artista italiano Maurizio Cattelan, no dia 3 de julho, às 22:00. A entrada será gratuita.
Com curadoria de Philippe Vergne, diretor do museu, "Sussurro" estará disponível ao público até 11 de janeiro de 2026 e visa estabelecer "um diálogo único" entre as obras de Cattelan e o espaço de exposição.
As peças escolhidas para esta mostra refletem o intrigante interesse de Cattelan pela História, explorando os seus traumas, transformações e figuras emblemáticas. O artista destaca-se por abordar momentos de transição, como a passagem da infância para a idade adulta, a vida e a morte, e outros estados ambíguos que permeiam a condição humana. Estes elementos são fundamentais na sua estética visual, frequentemente convertidos em imagens que se tornaram icónicas.
A Fundação de Serralves sublinha que as obras de Cattelan são apresentadas de forma encenada, cuidadosamente dispostas para criar uma experiência que reenvolva o visitante e redefine o espaço envolvente.
Durante a apresentação do programa para 2025, Vergne disse que a exposição incluirá trabalhos notáveis como "Daddy, Daddy", onde um Pinóquio mergulha numa fonte, e "La Nona ora", que representa o Papa João Paulo II caído sob um meteorito, além da famosa "Comedian", que consiste numa banana colada a uma parede com fita adesiva.
O diretor do museu comentou que "Comedian" é uma obra que obriga os espectadores a se posicionarem, capturando o interesse através da simplicidade. "É notável como um objeto tão banal pode, nos últimos dois anos, tanto atrair a atenção geral," explicou Vergne, destacando a dualidade do interesse que provoca entre os apreciadores de arte.
Em novembro, um exemplar de "Comedian" foi leiloado em Nova Iorque por 6,2 milhões de dólares (cerca de 5,9 milhões de euros). Desde a sua apresentação inicial em 2019 em uma feira de arte, a obra tornou-se um fenômeno global, alterando profundamente a consciência cultural contemporânea, como referiu a casa de leilões Sotheby's.
Cattelan, embora não tenha recebido parte do leilão, comentou que a venda transformou uma afirmativa inicial em Basileia num espetáculo absurdo de escala global, reiterando a autorreflexão da sua criação: "Quanto maior o preço, mais o conceito original se fortalece."