Teerão realiza detenções em massa por suspeitas de espionagem em favor de Israel
Aproximadamente 700 indivíduos, incluindo europeus, foram detidos no Irão, acusados de espionagem a favor de Israel. Autoridades intensificam repressão em meio ao conflito crescente.
As autoridades do Irão anunciaram a detenção de cerca de 700 pessoas, suspeitas de espionagem ao serviço de Israel, durante os últimos 12 dias de conflito entre os dois países. A agência Fars, ligada à Guarda Revolucionária do Irão, divulgou um relatório onde afirma que entre os detidos se encontram pelo menos dois cidadãos europeus, designados como "mercenários israelitas".
A Fars indicou que os indivíduos foram detidos semelhança a operações anteriores, baseando-se em relatos públicos e na atuação dos serviços de informação. Estes "mercenários" seriam, segundo a agência, ativos em redes de espionagem e sabotagem.
Além destas detenções, as autoridades iranianas realizaram buscas em locais onde se suspeita que drones, alegadamente utilizados por Israel em ataques, eram produzidos e apreenderam veículos com explosivos e outros materiais perigosos.
A República Islâmica tem sido acusada de utilizar prisioneiros de dupla nacionalidade e de outros países como parte de sua "diplomacia dos reféns", uma prática criticada por organizações de direitos humanos.
Segundo a ONG Hrana, com sede nos EUA, as forças de segurança do Irão detiveram pelo menos 286 cidadãos por expressarem opiniões e 537 por supostos delitos ligados à segurança, incluindo espionagem. A ONG Iran Human Rights (IHRNGO), de Oslo, também relatou um aumento das repressões desde o início dos ataques israelitas, incluindo a transferência de prisioneiros políticos para locais desconhecidos.
As detenções têm abrangido várias regiões do país, afetando, em particular, a comunidade afegã residente no Irão. O Parlamento iraniano e o sistema judicial estão a exigir penas mais severas para crimes associados a Israel, acompanhadas de uma aceleração dos processos.
A ofensiva militar de Israel contra o Irão começou a 13 de junho, com bombardeamentos direcionados a instalações nucleares, aumentando as tensões na região, enquanto o Irão retaliou com mísseis balísticos e drones. Israel justifica os seus ataques com a alegação de uma ameaça nuclear iminente, que Teerão rejeita categoricamente.
Recentemente, os Estados Unidos também realizaram bombardeamentos contra instalações nucleares no Irão, conforme anunciado pelo Presidente Donald Trump, que referiu esse ato como parte do esforço conjunto para desmantelar o programa nuclear iraniano.