País

Trabalhadores do INEM contestam relatório da IGAS e exigem verdade

A Comissão de Trabalhadores do INEM criticou duramente o relatório da IGAS, pedindo uma resposta clara e a retratação das informações alegadamente incorretas.

há 4 horas
Trabalhadores do INEM contestam relatório da IGAS e exigem verdade

A Comissão de Trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) manifestou hoje a sua insatisfação em relação ao relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o INEM, divulgado esta semana. Os trabalhadores exigem que a IGAS "reponha a verdade dos factos".

O relatório resulta de uma inspeção solicitada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, focando-se nas repercussões das greves que ocorreram no final de outubro e início de novembro de 2024 na capacidade de resposta dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). O documento sugere que a morte de um homem em Pombal durante esse período "poderia ter sido evitada" caso o socorro tivesse sido realizado em tempo adequado.

Além disso, a IGAS conclui que o INEM não cumpriu com as suas obrigações, responsabilizando dois profissionais de saúde, um médico e uma técnica de emergência pré-hospitalar do CODU de Coimbra.

Em resposta, o INEM anunciou que vai abrir um processo disciplinar relacionado com o conteúdo do relatório. A Comissão de Trabalhadores sublinha que "é falso que os profissionais do INEM tenham sido omissos, desleixados ou descomprometidos", criticando uma confusão feita pela IGAS entre o atendimento de chamadas no 112 e a atuação do INEM.

Os trabalhadores destacam que este erro é inaceitável para uma entidade fiscalizadora e apelam à IGAS para que reconheça publicamente a sua responsabilidade. A Comissão exige também que a ministra da Saúde inicie um inquérito à atuação da IGAS, afirmando que as conclusões apresentadas revelam uma falha técnica e ética profunda sobre o funcionamento do INEM.

Por sua vez, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH) acusou a IGAS de tentar atribuir, de forma infundada, a responsabilidade pela morte do utente a uma técnica de emergência. Em comunicado, o sindicato afirma que a informação da IGAS é baseada em "inverdades e distorções" e pede uma retratação imediata, além da correção dos factos sobre a resposta à emergência médica ocorrida a 04 de novembro de 2024.

Após a divulgação do relatório, o Ministério da Saúde também afirmou que a demora no socorro do INEM não se deveu à greve, mas à alegada falta de cuidado e zelo por parte dos profissionais envolvidos.

#INEM #IGAS #VerdadeJá