Violência Sexual na Índia: Caso de Estudante Universitária Agita o País
A denúncia de violação em grupo de uma estudante universitária em Calcutá destaca a persistente luta contra a violência sexual na Índia, levando a intensas reações políticas e sociais.

A denúncia de uma estudante que alegadamente foi vítima de uma violação coletiva numa universidade de Calcutá está a provocar ondas de choque em toda a Índia. Segundo a agência ANI, a agressão ocorreu na terça-feira passada dentro do campus universitário, levando à detenção de três suspeitos pela polícia, que já iniciou uma investigação a fundo.
A Comissão Nacional para as Mulheres (NCW) da Índia manifestou preocupação com o caso e pediu um relatório urgente às autoridades competentes.
O incidente gerou uma disputa política acesa entre o partido governamental, o Bharatiya Janata Party (BJP), e o partido regional em exercício, o All India Trinamool Congress (AITC). O BJP, liderado por Narendra Modi, criticou a inação do governo estadual, enquanto o AITC defendeu as medidas policiais e reiterou a necessidade de implementar rapidamente a lei anti-violação "Aparajita", que se encontra bloqueada pelo governo central e que visa acelerar julgamentos para crimes sexuais e aumentar as penas associadas.
Em resposta ao caso, pequenos grupos de mulheres e ativistas organizaram-se em manifestação à frente do campus Universitário, clamando por justiça e por medidas de proteção efetivas para as mulheres. Esta mobilização acontece num contexto de crescente apreensão acerca da segurança em ambientes educativos e de trabalho.
Adicionalmente, a descoberta do corpo de uma mulher no estado de Haryana, que terá sido vítima de violação e assassinato em abril, adiciona mais uma camada de horror a esta já tumultuada situação, conforme revelado pelo canal NDTV.
Esses episódios surgem quase um ano após o horrendo assassinato de uma médica numa instalação hospitalar em Calcutá, um crime que gerou uma onda de indignação pública e levantou sérias dúvidas sobre a capacidade do sistema judicial em lidar com os casos de violência de género no país mais populoso do mundo.