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A urgência de proteger a infância em zonas de guerra: UNICEF lança alerta

UNICEF denuncia falhas globais na proteção de crianças em conflitos, com aumento de 25% das violações. O caso de Gaza ilustra a gravidade da situação.

há 5 horas
A urgência de proteger a infância em zonas de guerra: UNICEF lança alerta

A UNICEF emitiu um alerta grave hoje, sublinhando o fracasso global em proteger crianças dos horrores resultantes de guerras. A diretora de Proteção à Criança da organização, Sheema SenGupta, informou que as violações significativas contra menores em áreas de conflito aumentaram 25%, colocando Gaza como a região mais afetada.

O relatório destacou que 2022 foi um ano trágico, onde se registaram os maiores números de recrutamento, sequestros, agressões sexuais e negação de ajuda humanitária a crianças desde que serão compilados os dados. "Estamos a viver um período em que a proteção dos direitos fundamentais destas crianças está a ser severamente comprometida, não apenas de forma legal, mas também pela falta de humanidade", afirmou SenGupta.

As armas explosivas usadas em zonas densamente povoadas têm sido responsáveis pela fatia mais elevada de fatalidades infantis em conflitos, contabilizando mais de 70% das mortes e mutilações. A representante da UNICEF enfatizou: "Estes dispositivos devastadores demoliram lares, escolas e hospitais, mesmo quando as famílias se encontravam a confiar que estariam em segurança".

Sheema SenGupta chamou a atenção para as 22.495 crianças afetadas por agressões graves no último ano, lembrando que por trás desses números existem histórias trágicas. Um exemplo foi dado com uma jovem sudanesa de 14 anos que sofreu violência sexual em sua própria casa. Na Nigéria, um grupo de seis meninos foi mortalmente afetado por uma explosão de munição, enquanto tentavam vender um item encontrado.

A ONU manifestou preocupação com o crescimento de 35% nas ocorrências de violência sexual e notou que muitos casos não são reportados devido ao estigma e medo de represálias. Somente na República Democrática do Congo, quase 10 mil casos de agressões sexuais contra crianças foram documentados em apenas dois meses, com uma frequência chocante de uma criança violada a cada 30 minutos.

"As crianças não são apenas vítimas colaterais; são seres humanos que merecem proteção, justiça e um futuro", ressaltou a diretora. A UNICEF apelou ao Conselho de Segurança para agir contra a impunidade das violências e garantir que estas atrocidades não se tornem um padrão habitual.

A reunião contou com a presença de Virginia Gamba, representante especial da ONU para Crianças e Conflitos Armados, que denunciou o uso contínuo de estratégias bélicas que ignoram os direitos das crianças. Ela reafirmou que o acesso à ajuda humanitária em locais como Gaza e Darfur é crítico e não pode ser negado.

Antes do debate, uma declaração conjunta de 12 dos 15 membros do Conselho de Segurança condenou as atrocidades contra crianças e exigiu um compromisso firme para responsabilizar os perpetradores. Os EUA, Rússia e Somália foram os únicos membros que não subscreveram a declaração.

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