Acesso Deficiente às Primeiras Consultas no Hospital Amadora-Sintra
Auditoria revela falhas graves no acesso às primeiras consultas no Hospital Amadora-Sintra, comprometendo a transparência e a equidade do sistema de saúde.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) identificou diversas irregularidades no acesso às primeiras consultas no Hospital Amadora-Sintra, fruto de uma auditoria ao Sistema Integrado de Gestão do Acesso no SNS (SIGA SNS). Entre as principais falhas estão pedidos duplicados, registos antecipados e erros na tipificação de consultas, que comprometem a equidade e a transparência no sistema de saúde.
De acordo com os dados recolhidos, entre 2022 e 2024, a Unidade Local de Saúde de Amadora-Sintra (ULSASI) não conseguiu assegurar consistentemente o acesso à primeira consulta de especialidade hospitalar, violando princípios fundamentais de equidade e igualdade de acesso.
O relatório da IGAS, revelado pela SIC e agora acessível à agência Lusa, aponta que o sistema SIGA para as primeiras consultas não está a ser implementado conforme planeado, dificultando o acompanhamento e a gestão integrada do acesso ao SNS, além de prejudicar a visibilidade do percurso do utente.
Entre os problemas identificados estão a inscrição irregular de consultas antes do registo na Lista de Espera para Consulta (LEC), bem como o agendamento baseado em critérios administrativos instáveis. Os episódios são frequentemente registados como subsequentes, mas contabilizados como primeiras consultas, originando confusões e erros administrativos.
Por outro lado, a falta de informação clara sobre as referenciações internas ou sobre os pedidos em papel, que não são devidamente triados e priorizados, agrava a situação. Em 2023, o número de utentes à espera de uma primeira consulta por mais de nove meses cresceu de 2.720 para 5.780, um aumento significativo que requer atenção urgente.
A IGAS emitiu 25 recomendações à ULS Amadora-Sintra, visando a melhoria da gestão das listas de espera. Essas recomendações incluem garantir informações claras sobre as disponibilidades de consultas e a monitorização dos tempos máximos de resposta, além de capacitar os médicos referenciadores e responsáveis pela triagem para a correcta utilização do SIGA.