Acordo de Paz entre RDCongo e Ruanda: Um Novo Capítulo na Região
Hoje, em Washington, a República Democrática do Congo e o Ruanda celebraram um acordo para pôr fim a décadas de conflitos, mediado pelos EUA, com esperança de paz duradoura.

A proposta de paz entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda foi oficializada hoje em Washington, num evento mediado pelos Estados Unidos. Este acordo visa encerrar anos de conflitos no leste congoleño, área que tem estado marcada por instabilidades e tensões históricas.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, descreveu a assinatura deste acordo como "um grande dia para o mundo". Por sua vez, o secretário de Estado, Marco Rubio, destacou que este momento representa um marco significativo após três décadas de guerra na região oriental da RDCongo.
Os ministros das Relações Externas dos dois países, Thérèse Kayikwamba Wagner e Olivier Nduhungirehe, foram os responsáveis pela assinatura do documento, que contou com a presença de Rubio. Este acordo também abrirá oportunidades para empresas norte-americanas acederem a minerais cruciais, como o cobalto, em meio a uma crescente concorrência entre os EUA e a China por influência em África.
Os compromissos estabelecidos baseiam-se numa Declaração de Princípios aprovada em abril, que enfatiza o respeito pela integridade territorial e o término das hostilidades no leste da RDCongo. De acordo com o chefe da diplomacia ruandesa, o país congolês concordou em interromper todo e qualquer apoio a militantes hutus ligados ao genocídio de 1994.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Nduhungirehe, afirmou que o acordo se fundamenta no compromisso de pôr fim de forma irreversível ao apoio do Estado congolês às Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda (FDLR) e grupos associados.
Massad Boulos, conselheiro de Trump para a África, revelou que Kigali se compromete a levantar as suas medidas defensivas, mesmo que não haja referência explícita ao Movimento 23 de Março (M23), que até agora tinha o apoio do Ruanda e que recentemente esteve envolvido em ofensivas na região oriental da RDCongo.
Como salientou a ministra congolesa, "este acordo de paz é apenas o início, não o fim", sinalizando a necessidade de esforços contínuos para a construção de uma paz duradoura.