BE interpela Primeiro-Ministro sobre aumento da atividade militar dos EUA nas Lajes

O Bloco de Esquerda (BE) dirigiu uma pergunta ao Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, questionando-o acerca da recente e acentuada atividade da Força Aérea dos Estados Unidos na Base Aérea das Lajes, situada no arquipélago dos Açores. A questão foi formalizada na sexta-feira na Assembleia da República e divulgada pelo partido.

A coordenadora nacional e deputada do BE, Mariana Mortágua, apontou para a presença de mais de dez aviões reabastecedores da Força Aérea norte-americana na referida base, a qual é utilizada em conformidade com acordos de cooperação militar entre os Estados Unidos e Portugal. A deputada enfatizou a necessidade de esclarecimentos sobre se esta mobilização está ligada aos recentes conflitos no Médio Oriente.

Em resposta a inquéritos da agência de notícias Lusa, fontes do Departamento de Defesa norte-americano referiram que "o Comando Europeu dos EUA acolhe habitualmente aviões militares (e pessoal) dos EUA em regime transitório", sem especificar se havia ligação à atual situação geopolítica.

Mortágua sublinhou que declarações de altos responsáveis do governo dos EUA, incluindo do secretário de Estado Marco Rubio, revelaram apoio militar na execução de ações contra o Irão, uma situação condenada internacionalmente e que levanta interrogantes sobre a utilização de recursos portugueses para tais fins.

A deputada questiona o governo português sobre se está ciente desta intensificação da presença americana e se pretende vedar as infraestruturas e espaços marítimos e aéreos nacionais a qualquer aeronave ou navio envolvido em atividades consideradas ilegais no contexto dos conflitos do Médio Oriente.

Além do BE, outros partidos, como o PS e o PCP, também exigem esclarecimentos ao Governo sobre a situação. O deputado socialista Francisco César manifestou preocupação pelo aumento das aeronaves reabastecedoras nas Lajes, com a população local a observar um número significativo de voos na área.

No local, a Lusa confirmou a presença de 12 aeronaves de reabastecimento, que têm chamado a atenção pela sua constante movimentação.

Por fim, questionamentos persistem sobre se a presença atual de aeronaves é normal e se o aumento na atividade militar poderia ser esperado, especialmente em face dos desenvolvimentos no Médio Oriente.