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Cimeira da NATO em Haia debatida sob a sombra da instabilidade do Médio Oriente

A cimeira da NATO chega ao fim em Haia, com os líderes dos aliados focados nas tensões no Médio Oriente e na necessidade de aumentar os gastos em defesa, após a proposta de cessar-fogo de Trump.

há 5 horas
Cimeira da NATO em Haia debatida sob a sombra da instabilidade do Médio Oriente

A cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) termina hoje em Haia, marcada por um ambiente de instabilidade no Médio Oriente, cuja situação emergiu como um ponto central nas discussões entre os 32 aliados.

Este encontro de alto nível, presidido pelo novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, coincidiu com a guerra em curso na Ucrânia e um aumento das tensões na região do Médio Oriente, especialmente após a recente proposta do Presidente dos EUA, Donald Trump, de um cessar-fogo entre Israel e Irão.

Tanto Telavive como Teerão mostraram-se abertos à iniciativa de Washington, que, por sua vez, envolveu-se diretamente no conflito ao atacar instalações nucleares iranianas no fim de semana, mas as duas partes já se acusam de violar a trégua.

O foco principal da cimeira é promover um compromisso renovado entre os aliados para ampliar os investimentos em defesa, em resposta à crescente instabilidade geopolítica global. Para isso, espera-se que hoje seja alcançado um consenso em torno de um aumento para 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em despesas militares tradicionais, além de 1,5% do PIB para infraestruturas de dupla utilização, como cibersegurança e resiliência estratégica.

Esta proposta, que mencionou a meta temporal ainda a definir, tem suscitado reservas por parte de alguns países, como Espanha, Eslováquia e Itália, mas deverá ser aprovada pelos líderes da Aliança Atlântica.

A sensação de ameaça entre os aliados é cada vez mais premente, reforçando a posição do Presidente Trump sobre a necessidade de aumentar os investimentos em defesa, num contexto em que participa pela primeira vez na cimeira desde o início do seu segundo mandato na Casa Branca.

Em Portugal, o governo anunciou a antecipação da meta de 2% do PIB para gastos em defesa, prevendo atingir esse objetivo em 2025. Em 2024, Portugal investiu cerca de 4.480 milhões de euros em defesa, que representa aproximadamente 1,58% do PIB, situando-se entre os aliados da NATO com menores despesas militares.

O país é representado na cimeira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa, Nuno Melo.

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