Cimeira da NATO em Haia: Rutte antecipa transformações significativas na defesa europeia
Na cimeira da NATO, Mark Rutte destacou decisões históricas para aumentar os gastos em defesa, visando um equilíbrio nas contribuições entre os aliados, especialmente em relação aos Estados Unidos.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, expressou a expectativa de que a cimeira realizada em Haia resulte em "decisões históricas e transformadoras", com o objetivo de estabelecer um compromisso de alocar 5% do PIB à defesa. O foco, segundo Rutte, é equilibrar o "esforço desproporcional" que os Estados Unidos têm suportado.
“Na nossa reunião, daremos passos decisivos para assegurar a segurança dos nossos povos, promovendo uma NATO mais forte, justa e eficaz. Temos um plano claro para que todos os aliados invistam 5% do PIB em defesa”, afirmou Rutte, ao dirigir-se aos 32 líderes presentes no encontro.
Durante a sua intervenção, o líder da Aliança salientou que o novo modelo tornará a NATO mais equitativa, garantindo que todos os membros contribuam na sua justa medida. Rutte sublinhou que "durante muito tempo, um único aliado - os Estados Unidos - teve de suportar a maior parte desse fardo, mas hoje isso está a mudar". Agradecendo ao Presidente dos EUA, Donald Trump, pela liderança que permitiu este avanço, Rutte enalteceu a importância desta mudança.
O secretário-geral referiu que a cimeira se realiza num contexto delicado, marcada pela continuidade da "guerra da Rússia contra a Ucrânia" e pela instabilidade no Médio Oriente. "Estamos unidos na NATO, a aliança defensiva mais forte da história. A cooperação entre a América do Norte e a Europa é um verdadeiro trunfo, e nossos adversários têm plena consciência disso", disse.
Outras deliberações da cimeira incluem a manutenção do apoio à Ucrânia, com a esperança de encontrar uma paz justa e duradoura. "O nosso desejo é que o derramamento de sangue cese. Pedimos à Rússia que ponha fim à sua agressão contra a Ucrânia", manifestou Rutte.
Com relação ao Artigo 5.º da NATO, que afirma que um ataque a um aliado é um ataque a todos, o secretário-geral reafirmou o "compromisso inabalável" do organismo, ao que Trump observou que há "várias formas de interpretar" esse estatuto.
Hoje, os líderes da NATO continuam a discutir um aumento do investimento em defesa, mirando um objetivo de 3,5% do PIB em despesas militares tradicionais e 1,5% em infraestruturas de dupla utilização ao longo da próxima década, um aumento significativo em comparação com o objetivo atual de 2%.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, confirmou que Portugal está preparado para cumprir as novas metas definidas na cimeira, que representa o início de uma nova fase para a Aliança Atlântica, com um foco renovado em gastos na defesa.
Montenegro está esperançoso de que haja um consenso na cimeira em torno do objetivo de 3,5% do PIB para investimento em defesa nos próximos dez anos, prometendo que Portugal o fará de forma responsável e equilibrada.