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Estudantes europeus simulam missão a Marte no Alentejo

Nove jovens de vários países participam na primeira missão análoga a Marte em Portugal, no Alqueva, explorando o solo em busca de sinais de vida.

há 4 horas
Estudantes europeus simulam missão a Marte no Alentejo

Um grupo de nove estudantes europeus está a viver uma experiência única ao participar, até sexta-feira, na primeira missão espacial análoga a Marte em Portugal, que decorre no Observatório do Lago Alqueva, na região do Alentejo, mais especificamente em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora.

A missão, designada EXPLORE 1, é a inaugural do projeto europeu EXPLORE, que visa levar a exploração espacial a salas de aula, incentivando os jovens a seguirem carreiras nas áreas da ciência e da engenharia, conforme apontaram os responsáveis pelo projeto.

Financiada pelo programa Erasmus+, esta missão começou na segunda-feira com a participação de três alunos de cada um dos três países envolvidos: Áustria, Grécia e Portugal, todos do ensino secundário.

"A proposta desta missão é que os estudantes assumam o papel de astronautas durante uma semana. Cada um terá a oportunidade de passar pelo menos um dia em ambientes que simulam a vida no espaço", detalhou Gustavo Rojas, coordenador de projetos do Núcleo Interativo de Astronomia e Inovação em Educação (NUCLIO).

Os participantes têm como tarefa principal a recolha de amostras de solo, imitando operações que os cientistas fariam em Marte, na busca de microrganismos ou sinais de vida. "Outra atividade que estão a desenvolver é a identificação de micrometeoritos, pois embora sejam comuns na Terra, também podem ser encontrados no planeta vermelho", acrescentou Rojas.

Os estudantes estão equipados com fatos de astronauta e têm acesso a um pequeno 'rover', um veículo projetado para a exploração espacial, que pode ser controlado à distância para recolher amostras.

Esta missão, apesar de simplificada, proporciona uma noção das futuras explorações espaciais. Os fatos de astronauta utilizados durante as simulações incluem sistemas de comunicação, câmaras e sensores para monitorizar a qualidade do ar e os batimentos cardíacos dos usuários, aproximando-se assim dos equipamentos reais, mas sem a pressurização e oxigénio.

Os participantes operam em diferentes funções, com designações específicas, incluindo diretor de voo e responsáveis pelas comunicações e operações de segurança. Os estudantes portugueses são provenientes das escolas secundárias Frei Gonçalo de Azevedo e Professor Agostinho da Silva, ambas localizadas no distrito de Lisboa, e de Paredes, no distrito do Porto.

O projeto EXPLORE foi lançado em 2023 e está programado para três anos, com uma segunda missão agendada para 2026. Com a colaboração da escola Ellinogermaniki Agogi na Grécia e do Comité de Investigação Espacial, a iniciativa promete trazer inovação na educação e inspiração para a próxima geração de exploradores espaciais.

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