Ginjinha Sem Rival: Uma Luta pela Tradição Lisboeta
A centenária Ginjinha Sem Rival enfrenta o fecho forçado, mas o seu gerente promete resistir legalmente. O futuro da icónica loja de Lisboa está em jogo.

A emblemática Ginjinha Sem Rival, que tem feito parte da história de Lisboa desde 1890, encontra-se numa batalha legal com o novo proprietário do edifício, Axel Gassnann. O empresário alemão, que transformou a estrutura numa unidade hoteleira, decidiu rescindir o contrato de arrendamento da loja, localizada na Rua das Portas de Santo Antão, perto da Praça do Rossio.
Nuno Gonçalves, o atual gerente e bisneto do fundador, está determinado a lutar pelo estabelecimento, afirmando que, apesar da ordem para encerrar atividades no final do mês, a loja continuará a operar até que um tribunal decida sobre a sua situação. "A posição do senhorio é irreversível, mas nós estamos prontos para contestar em tribunal, acreditando que a nossa loja está protegida pela legislação até 2027", explicou.
O vereador da Câmara Municipal de Lisboa, Diogo Moura, admitiu que a autarquia está a acompanhar de perto este processo, mas reconheceu que será necessária uma intervenção judicial para resolver o impasse. Sob a sua jurisdição está o programa "Lojas com História", que visa proteger estabelecimentos icónicos da cidade.
A Ginjinha Sem Rival, reconhecida como uma das 162 Lojas com História, é celebrada pela sua tradição e pela receita do seu famoso licor de ginja. Diariamente, centenas de turistas visitam a loja, tentando saborear essa tradição lisboeta que remonta a mais de um século.
Por outro lado, a Europe Hotels International (EHI) afirmou estar disposta a negociar uma solução que permitisse a continuidade da Ginjinha Sem Rival, propondo uma relocation que garantiria a preservação do licor e da sua produção, mas com uma nova abordagem estrutural.
O debate sobre este caso ressoa em Lisboa, com organizações e cidadãos expressando apoio à loja e lamentando o desespero que cerca o encerramento de negócios com tanta história. No próximo dia 5 de julho, uma ação de solidariedade está marcada para a entrada do estabelecimento, visando mostrar a união da comunidade em torno da preservação das tradições lisboetas.