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Incêndios de 2024 causam devastadores 67 milhões de euros em prejuízos florestais

Relatório aponta para 16 vítimas fatais e enormes perdas florestais em 2024, destacando a emissão recorde de carbono e a necessidade de estratégias de prevenção.

há 5 horas
Incêndios de 2024 causam devastadores 67 milhões de euros em prejuízos florestais

Os incêndios rurais ocorridos em 2024 resultaram em tragédias significativas, com 16 vidas perdidas e danos avultados na floresta, totalizando prejuízos estimados em 67 milhões de euros. Este alarmante cenário foi apresentado no relatório de 2024 do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), entregue pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) às autoridades competentes.

O documento destaca que, apesar da disponibilidade de recursos para o combate aos incêndios, as consequências foram devastadoras, com 135 mil hectares consumidos pelas chamas e a emissão de 0,69 megatoneladas de dióxido de carbono — o valor mais alto desde 2017. Este ano, o número de mortos, composto por nove bombeiros e sete civis, representa o maior registo desde 2017, quando a tragédia levou à morte de 119 pessoas.

Em termos de impactos económicos, a perda abrangeu bens materiais como madeira, resina e cortiça, que accountaram por 48,5 milhões de euros, enquanto o carbono armazenado representou perdas de 15,8 milhões de euros. A AGIF reportou que os incêndios de 2024 resultaram na liberação de 686.090 toneladas de carbono, o valor mais elevado entre 2018 e 2024, embora inferior à média de 2001-2017.

No ano homólogo, foram registadas 6.255 ocorrências de incêndios, o que representa uma diminuição de 17% em comparação com 2023, mas a área total ardida foi de 137.667 hectares, um aumento alarmante em relação ao ano anterior. A maior parte da área ardida (92%) ocorreu em setembro, sinalizando a urgente necessidade de fortalecer estratégias de mitigação, especialmente durante episódios meteorológicos extremos.

A AGIF ressalta que o total de 137.651 hectares ardidos superou em mais do dobro o limite anual de 60.000 hectares estabelecido no Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais (PNGIFR). Este cenário foi particularmente severo nas regiões Norte e Centro do país, onde 71% e 75% da área ardida, respetivamente, ocorreu sob condições meteorológicas adversas.

Um dos dados mais preocupantes é que o incendiário se destacou como o principal responsável, correspondendo a 84% da área ardida, o que equivale a 84.242 hectares. A AGIF apela à implementação de iniciativas que visem a mudança de comportamentos e a prevenção do incendiário, reforçando a vigilância e dissuasão em regiões críticas.

O relatório conclui que é fundamental que as entidades públicas priorizem medidas que promovam a prevenção e a vigilância de comportamentos suscetíveis de provocar incêndios, uma vez que a redução no número de ocorrências pode levar a uma diminuição da perceção de risco, tanto entre a população como entre os decisores.

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