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Insatisfação dos Estudantes com Transportes em Coimbra Atinge Quase 40%

Um novo estudo revela que 40% dos universitários em Coimbra não estão satisfeitos com a rede de transportes, destacando falhas e necessidades não atendidas.

há 4 horas
Insatisfação dos Estudantes com Transportes em Coimbra Atinge Quase 40%

Um estudo recentemente apresentado pela Associação Académica de Coimbra (AAC) revela que cerca de 42,1% dos estudantes universitários inquiridos consideram que a rede de transportes da cidade não atende adequadamente às suas necessidades de deslocação. Aproximadamente 43,1% afirmam que, embora a rede cumpra algumas das suas necessidades, existem falhas em determinadas linhas, enquanto apenas 13,3% dos inquiridos expressaram total satisfação.

Realizado a poucos meses das eleições autárquicas previstas para setembro ou outubro, o estudo centra-se na satisfação dos alunos relativamente ao sistema de mobilidade urbana de Coimbra, bem como nas rotas frequentemente utilizadas, na frequência de uso e no impacto destas no dia-a-dia dos estudantes. O presidente da direção-geral da AAC, Carlos Magalhães, elucidou que o inquérito contou com a participação de 1.041 estudantes, com 95% deles a serem da Universidade de Coimbra e 80% deslocando-se da sua localidade de origem.

O estudo, consultado pela agência Lusa, aponta diversas falhas nos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), com mais de 80% dos inquiridos a mencionar o não cumprimento dos horários e mais de metade a criticar a baixa frequência e a lotação excessiva das viaturas.

Afonso Pereira, um dos membros da direção-geral da AAC, notou um aumento das viagens realizadas pelos SMTUC entre 2022 e 2024, com um incremento de 2,5 milhões, bem como um aumento no investimento nominal, que subiu de 33,4 milhões de euros em 2023 para 37,9 milhões em 2025. No entanto, esse aumento não se traduziu numa melhoria proporcional na rede, segundo o orçamento municipal.

A ligações deficiente entre o Polo I e o Polo II da Universidade de Coimbra foi identificada como um problema central. O Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) não irá resolver essa questão, dado que o seu traçado não abrange diretamente nenhum dos polos universitários.

Assim, a AAC sugere a implementação de um transbordo entre o Polo II, que acolhe cerca de 7.000 estudantes, e a futura estação da Quinta da Portela do SMM, que será a mais próxima do campus, até que uma expansão da rede do 'metrobus' a esta localidade seja possível.

Do inquérito realizado, 86,9% dos estudantes afirmaram utilizar transportes públicos regularmente em Coimbra, com 77,8% a optar por este meio de transporte para se deslocar para instituições de ensino. No entanto, há um sentimento generalizado de insatisfação sobre a atual rede de transportes, com os estudantes a identificarem vários problemas. Um exemplo é que uma das linhas que serve o Polo II só opera em horário escolar, sem se ajustar aos cronogramas do ensino superior.

As propostas dos estudantes incluem ainda a otimização das rotas periféricas e melhorias na comunicação e informação em tempo real dos serviços, uma crítica que recai sobre a aplicação recentemente lançada pelos SMTUC, que nem sempre fornece as informações necessárias.

O presidente da AAC, Carlos Magalhães, enfatizou que, além dos desafios em relação ao custo da habitação, a mobilidade deve ser considerada um direito e não um privilégio. Ele realçou a necessidade urgente de adaptar a rede dos SMTUC às reais necessidades da população estudantil.

O relatório apresentado será enviado à Câmara Municipal de Coimbra e aos SMTUC, os quais iniciaram uma revisão abrangente da rede de transportes coletivos em fevereiro.

Na conferência de imprensa que assinalou a apresentação do estudo, marcaram presença diversas forças políticas.

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