Jovem condenada a 10 anos de prisão na Venezuela por críticas ao governo
Merlys Oropeza, de 25 anos, foi sentenciada a uma década de reclusão por um comentário sobre a distribuição de produtos subsidiados, gerando grande polémica no país.

Na Venezuela, uma jovem de apenas 25 anos, identificada como Merlys Oropeza, foi condenada a 10 anos de prisão por expressar críticas a um programa governamental de distribuição de produtos a preços subsidiados. Esta informação foi divulgada pela imprensa local, com o diário El Nacional a relatar que a condenação ocorreu em Maturín, onde a jovem foi considerada culpada do crime de incitação ao ódio. Este veredicto tem sido amplamente contestado e gera uma onda de indignação entre a população.
A publicação de Merlys, feita em agosto de 2024, referia-se ao programa de ajuda alimentar implementado pelo governo de Nicolás Maduro, apenas algumas semanas após as polémicas eleições presidenciais de julho, das quais a oposição não aceita os resultados.
A sentença foi emitida no dia 18 de junho, mas tornou-se do conhecimento público somente agora, após a divulgação de uma carta angustiante da jovem à sua família. Nela, Merlys expressa o seu desespero, sentindo-se aprisionada e sem força para continuar a enfrentar a situação.
A ONG Programa Venezuelano de Ação e Educação em Direitos Humanos (Provea) relatou que, apenas nas semanas seguintes às eleições de 28 de julho de 2024, mais de 2.400 pessoas foram detidas, incluindo 293 mulheres, das quais 92 permanecem encarceradas por motivos políticos em condições extremas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o governo venezuelano de submeter estas mulheres a condições desumanas, violando normas internacionais de direitos humanos. A Provea denunciou a falta de acesso a necessidades básicas, como água potável e cuidados médicos, evidenciando a situação precária em que as presas se encontram.
“As famílias são obrigadas a arcar com tudo: alimentos, medicamentos e itens de higiene,” destacou a ONG, sublinhando o apático envolvimento do Estado.