PCP condena a possível cumplicidade de Portugal na guerra através da Base das Lajes

No passado sábado, Paulo Raimundo, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), expressou a sua oposição à utilização da Base Aérea das Lajes, nos Açores, pelas forças armadas norte-americanas, subliningando a importância de Portugal não se tornar um "cúmplice da guerra". Em um discurso proferido numa sessão em Beja, o líder comunista fez referências à participação de Portugal na guerra do Iraque, recordando como a base foi utilizada para encontros que resultaram em "milhões de mortes".

Raimundo exigiu ao Governo português um "pronto e urgente esclarecimento" sobre a presença de aviões de reabastecimento da Força Aérea dos EUA, alertando que essa situação não pode estar relacionada com uma possível escalada de hostilidades contra o Irão. "O nosso país não pode mais uma vez estar com as mãos manchadas pela guerra, pela morte e pela destruição", enfatizou.

Durante o seu discurso, o líder do PCP reiterou a necessidade de direcionar esforços para a paz, a solidariedade e a cooperação, rejeitando qualquer envolvimento militar bélico. "Para a guerra, façam meia-volta e voltem para a sua terra", disse Raimundo, referindo-se aos aviões militares norte-americanos.

Além disso, criticou as autoridades que permanecem em silêncio sobre a situação na Palestina, acusando-os de hipocrisia. O líder do PCP não economizou palavras ao descrever o programa do novo Governo como uma "afronta à vida da maioria", destacando que as suas políticas não beneficiam quem realmente trabalha no país.

Na sexta-feira, a agência Lusa confirmou a presença de 12 aeronaves americanas em Lajes. O Departamento de Defesa dos EUA, questionado sobre esta situação, referiu que as operações são normais e realizadas em conformidade com acordos já existentes.