Sentença do ex-motorista de Eduardo Cabrita prevista para 14 de julho
O Tribunal de Évora agendou a leitura da sentença do ex-motorista de Cabrita para 14 de julho, após alegações finais a respeito do atropelamento mortal de um trabalhador na A6.

O Tribunal Judicial de Évora anunciou a data para a leitura da sentença do ex-motorista do antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, marcada para 14 de julho às 11:15. Este processo diz respeito ao atropelamento mortal de um trabalhador, Nuno Santos, ocorrido na Autoestrada 6 (A6).
Durante a sessão de alegações finais, a juíza Vanda Simões escutou os argumentos apresentados pela procuradora do Ministério Público (MP), que sustentou que os factos já estão provados, levando à conclusão de que o arguido deve ser condenado por homicídio negligente. "O arguido circulava a uma velocidade excessiva e não conseguiu travar a tempo", afirmou a procuradora, que deixou ao critério do tribunal a classificação do crime como negligência grosseira.
Em contraponto, José Joaquim Barros, advogado da família da vítima, defendeu a condenação e solicitou uma indemnização cível de cerca de 400 mil euros, argumentando que a justiça deve ser feita, sem a intenção de ver o arguido na prisão. Criticou também o trabalho de peritos e a forma como algumas perguntas foram colocadas durante o julgamento.
António Samara, advogado de defesa, argumentou pela absolvição do ex-motorista, contestando a ideia de que Nuno Santos era um peão ao estar a trabalhar na autoestrada. Ao tentar atravessar a A6, alega que ele tomou um risco elevado para a sua vida. Além disso, beliscou outros pontos, como a velocidade supostamente apurada e o dever profissional do motorista.
Paulo Graça, advogado representante da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, defendeu igualmente uma pena suspensa, ao passo que João Sampaio, advogado de uma seguradora, solicitou a absolvição do arguido.
O incidente ocorreu a 18 de junho de 2021, quando a viatura oficial que transportava Eduardo Cabrita atropelou fatalmente Nuno Santos, um trabalhador de 43 anos, ao quilómetro 77,6 da A6, na direção Estremoz-Évora. O MP acusou Marco Pontes de homicídio por negligência grosseira, e nesse contexto, o ministro da Administração Interna apresentou a sua demissão no dia seguinte.