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Alemanha e Áustria opõem-se ao aumento do orçamento da UE

Após discussões no Conselho Europeu, líderes de Alemanha e Áustria rejeitam a proposta de aumentar o orçamento da UE, argumentando contra o endividamento comunitário.

há 4 horas
Alemanha e Áustria opõem-se ao aumento do orçamento da UE

Hoje, a Alemanha e a Áustria expressaram a sua oposição a um aumento significativo do orçamento da União Europeia (UE), após as primeiras discussões sobre o quadro financeiro plurianual no Conselho Europeu, realizado na quinta-feira passada.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou em conferência de imprensa em Berlim, ao lado do seu homólogo austríaco, Christian Stocker, que "do ponto de vista do Governo federal, não vejo muito espaço para um aumento substancial do orçamento". Ambos concordaram que não é o momento para assumir mais dívida comunitária.

Merz, que defende que a UE deve ter mais recursos próprios, salientou que a dependência das contribuições dos Estados-membros impõe "limites" à capacidade orçamental, especialmente considerando a situação financeira atual da Alemanha.

“Devemos reorganizar as prioridades no orçamento comunitário. Novas tarefas não devem sempre corresponder a despesas adicionais, mas devem ser financeiramente sustentadas por novas prioridades”, enfatizou Merz, referindo-se à reunião em Bruxelas.

Ainda sobre o endividamento, ele alertou para os perigos que isso representa em caso de crises financeiras, uma vez que é necessário que exista alguém disposto a adquirir os títulos emitidos.

“Neste momento, o endividamento global dos Estados, empresas e famílias atinge recordes. Não é uma situação saudável”, declarou o chanceler alemão.

Do lado austríaco, Stocker sustentou que nem todos os "desafios" podem ser resolvidos através de financiamento. Sugeriu que o quadro financeiro plurianual não precisa de permanecer inalterado e destacou que, muitas vezes, "a eficiência no investimento produz melhores resultados do que apenas alocar mais dinheiro".

A Comissão Europeia deverá apresentar em breve uma proposta para as contas a vigorar entre 2028 e 2034. Atualmente, os 27 Estados-membros da UE contribuem com 1% dos respetivos PIBs para o orçamento europeu.

A posição de Berlim e Viena contrasta com a de Portugal, onde o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defende um aumento nas contribuições dos Estados-membros.

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