Eurodeputados e Comissária Europeia Unem-se na Marcha do Orgulho em Budapeste
A comissária Hadja Lahbib e 70 eurodeputados dirigem-se a Budapeste para participar na Marcha do Orgulho, desafiando a proibição do governo húngaro.

A comissária europeia para a Igualdade, Hadja Lahbib, juntamente com um grupo significativo de 70 eurodeputados, entre os quais se incluem representantes portugueses, estará presente na Marcha do Orgulho de Budapeste, marcada para este sábado. O governo húngaro proibiu o evento, alegando que representa um risco para os menores.
"Vou a Budapeste para celebrar os nossos valores e a diversidade que nos enriquece", afirmou Lahbib, enfatizando a importância das liberdades fundamentais no seio da União Europeia. "O direito a ser quem se é e a amar livremente são princípios que devemos defender como europeus", acrescentou em comunicado.
Apesar da proibição, a expectativa é que a marcha atraia um grande número de participantes. Os eurodeputados que se juntam ao evento representam vários grupos políticos, incluindo Social-Democratas, Liberais, Verdes e Esquerda, com a presença confirmada de eurodeputadas portuguesas como Ana Catarina Mendes (PS) e Catarina Martins (BE).
A Comissão Europeia também expressou apoio à marcha. Ursula von der Leyen, presidente do órgão, apelou para que as autoridades húngaras permitissem a sua realização, garantindo que os participantes não enfrentariam sanções.
Na quinta-feira, Von der Leyen reiterou a sua posição após alertas do ministro da Justiça da Hungria aos participantes, insinuando que poderiam ser punidos criminalmente por comparecerem ao evento.
Aumentaram as medidas de segurança na sede do Parlamento Europeu em Budapeste antes da chegada da delegação, com um porta-voz comunicando que "tudo está a ser feito para assegurar a segurança dos eurodeputados e seus acompanhamentos."
Durante a sua visita, Lahbib reunirá com associações de direitos humanos como a Amnistia Internacional e a ILGA-Europa, além de discutir com os organizadores da marcha e participar numa conferência de imprensa com o presidente da Câmara de Budapeste, Gergely Karácsony.
Desde que Viktor Orbán chegou ao poder em 2010, o governo húngaro tem implementado restrições aos direitos da comunidade LGBTI, e, anteriormente este ano, aprovou reformas legais para proibir a 30ª edição da Marcha do Orgulho com a justificativa de protecção dos menores. Estas novas regras estabelecem penas que podem incluir multas e até um ano de prisão para os infratores, e foram criticadas por sociólogos e defensores dos direitos humanos.
Embora a marcha não tenha sido oficialmente anunciada pelos organizadores, a polícia húngara proibiu o evento há duas semanas. O presidente da Câmara de Budapeste propôs uma alternativa, garantindo que esta não precisava de autorização policial. Contudo, o governo afirmou que é possível proibir o evento diretamente.
Os organizadores esperam que a marcha reúna mais de 35 mil pessoas neste sábado, podendo assim registar a maior afluência desde a sua primeira edição nos anos 90.