Netanyahu solicita adiamento do julgamento e elogia Trump
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu hoje um adiamento das audiências do seu julgamento por corrupção, agradecendo ao apoio de Donald Trump, que pediu a sua anulação.

Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, actualmente a enfrentar um longo e controverso processo judicial por corrupção, solicitou o adiamento das próximas audiências do seu julgamento. O pedido foi feito pelo advogado de Netanyahu, Amit Hadad, que argumentou que "desenvolvimentos na região e no mundo", especialmente após a guerra envolvendo o Irão e o Hezbollah no Líbano, exigem a atenção total de Netanyahu para a gestão de crises nacionais.
No pedido enviado ao tribunal, Hadad pediu respeitosamente que as audiências, nas quais o primeiro-ministro deveria prestar depoimento nas próximas duas semanas, fossem canceladas. "O primeiro-ministro foi obrigado a dedicar todo o seu tempo e energia à gestão de questões nacionais, diplomáticas e de segurança de grande importância", acrescentou o advogado.
Durante este período, Netanyahu expressou a sua gratidão ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu a anulação do seu julgamento, iniciado em maio de 2020. "Fiquei profundamente comovido com o seu sincero apoio a mim e ao povo de Israel", escreveu Netanyahu em inglês na plataforma social X, após partilhar a mensagem de Trump, que caracterizou o julgamento como uma "caça às bruxas".
Trump exortou que o julgamento fosse "ANULADO, IMEDIATAMENTE", e sugeriu que um perdão fosse concedido a Netanyahu, que é o primeiro-ministro de Israel que ocupou o cargo por mais tempo na história do país, tendo estado no governo de 1996 a 1999, depois de 2009 a 2021 e, mais recentemente, desde dezembro de 2022.
A reação à intervenção de Trump não se fez esperar. O líder da oposição israelita, Yair Lapid, advertiu contra qualquer interferência nos assuntos internos de Israel, afirmando que "o Presidente não deve interferir num processo judicial de um país independente". Lapid apoiou também a declaração de Simcha Rothman, membro da coligação de Netanyahu, que pediu a Trump para não se envolver no processo judicial em curso. Rothman, presidente da comissão de assuntos judiciais do Knesset, afirmou que "não é função do Presidente dos Estados Unidos interferir nos processos judiciais do Estado de Israel". Por outro lado, criticou a gestão de Netanyahu, assinalando que esta poderia estar a desviar a imagem de Israel.
No âmbito do julgamento, Netanyahu e a sua esposa, Sara, são acusados de ter recebido presentes luxuosos no valor de mais de 260.000 dólares, incluindo charutos e champagne, como contrapartida por favores políticos. Além disso, existem alegações de tentativas por parte de Netanyahu de negociar uma cobertura mediática favorável em certos meios de comunicação israelitas, acusações que o primeiro-ministro nega categoricamente.